sábado, junho 26, 2004

Ontem foi o tão esperado dia do lançamento do mangá Cavaleiros do Zodíaco- Episódio G. Não comprei, e claro, mas passei numa banca de jornal pra dar uma folheada. Como só folheei as primeiras páginas, aqui vai uma análise que dá pro gasto em meu primeiro post "não-Boberto" deste blog:

Prós
1- Apesar de eu ser contra a Conrad ser apressadinha em lançar o mangá(veja mais adiante o porquê), tenho que tirar o chapéu no ponto em que ela estrategicamente lançou a Série dias depois do início das chamadas do anime na Band. Vamos ver se ela consegue alavancar as vendas do mangá com essa estratégia oportunista, afinal não tenho a mínima idéia de como serão as vendas de um mangá mensal a 13 reais. Afinal, alguém lembra do fiasco da Abril em 2000/2001 com os Super-Heróis Premium e o estrago que ela teve com isso?
2- É sempre bom ver um mangá a mais nas bancas, se bem que há uma necessidade de uma variação maior, se ficarem publicando só mangás shonen(mangás originamente para meninos) o mercado um dia vai saturar, eu diria que não só a Conrad, mas a JBC e a Panini deveriam ser mais ousadas e arriscar. Mesmo se não der certo, ao menos podem dizer que tentaram.
3- As páginas coloridas, que são sempre bem-vindas, apesar de muitas vezes elas serem usadas como válvula de escape pelas editoras para elevar o preço de forma astronômica. Alguém se lembra do que a JBC fez na última edição de Love Hina, e principalmente, com o "pôster" da última edição de Chobits, que custou absurdos R$ 5,90?
4- O formato de leitura trás pra frente mantido. É uma questão polêmica, mas já me acostumei, apesar de que é calro que nunca vou deixar de ler um bom mangá só porque não está no formato de leitura original.
5- O traço. Esqueci o nome do desenhista, mas ele realmente desenha muito mais que o Masami Kurumada. Este último, além de fazer muitos personagens parecidos demais, nas primeiras edições de CDZ dava pra ver erros grotescos de anatomia nos personagens, que você não vê nem em fanzine de iniciante. Sobre os personagens terem ficado afeminados com esse novo desenhista, um pouco de mente aberta não faz mal a ninguém; não chega e ser nocivo o fato de o Aiolia de Leão ter ficado a cara da Lucy das Guerreiras Mágicas, mesmo com o sugestivo "batonzinho". Guardadas as devidas proporções, isso me lembra a polêmica do filme Batman Eternamente, onde as armaduras de Batman e Robin tinham peitinhos.

Contras
1- As dimensões do mangá são menores do que as dos outros mangás Conrad(ex: Fushigi Yûgi). Mesmo com as 8 páginas coloridas, esse formato e o papel jornal confirmam que R$ 12,90 por edição é um roubo! Levando em conta o preço do único mangá JBC com 200 páginas por edição(X, mensal, R$9,80; preço salgado mas que não chega a ser injusto), o Episódio G tinha que custar entre R$10,50 e R$11,00, chorando. Alguns otakus devem argumentar que o mangá é caro por causa do custo do licenciamento, que não é barato mas é ainda mais alto em mangás recentes. Mas... há limites no preço a ser cobrado, qualquer pessoa que gosta de quadrinhos e não é presa aos mangás vai se tocar na hora, que, com R$13,00 em mãos, vale mais apenas comprar aqueles comics formatão da Panini ou os básicos Pato Donald e Cascão, por exemplo.
2- Só saíram apenas três edições no Japão até o momento, então o Episódio G corre o risco de ser um novo Evangelion em termos de publicação.
3- Por que mudar a forma de publicação? Vai ficar estranho pra quem colecionou a série clássica dos Cavaleiros em mangás de 100 páginas, comprar um de 200.
4- Apesar da pressa da Conrad em publicar o mangá, antes do que todo mundo, o primeiro país depois do Japão a ter o Episódio G foi a... Argentina.
5- Se não me falha a memória, há 3 anos atrás, a Conrad no site da Herói meteu o pau na Abril por causa daqueles Super-Heróis Premium a 10 reais que revoltaram a todos(160 páginas em formato luxo, mesmo não sendo barato saía mais em conta do que o Episódio G). E agora... como o mundo dá voltas, né?

Finalizando
5 prós e 5 contras. Um empate que deixa visível que como o mangá Cavaleiros do Zodíaco- Episódio G gerou, gera, e ainda vai gerar muita polêmica, sendo amado por uns e odiado por outros.

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